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A LEI DO PODER


A LEI DO PODER

Um assunto maravilhoso dentro da Palavra de Deus e que vale a pena ser estudado é o poder do alto. E nele, o ponto que nos chama a atenção é a lei do poder. "Não confieis na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. Uma coisa disse Deus. duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus.” (Sl 62.10,11.)
Todos nós sabemos do perigo que representam os -' raios quando há trovoadas. São forças elétricas descon­troladas. Ficamos em pânico quando começa a trovejar. Faíscas descem e sobem, correm na vertical, na horizon­tal: ficamos apavorados, e com razão. Cônscia deste perigo, a ciência tem-se esforçado muito para controlá-los. Os pára-raios progrediram muito e protegem bastan­te. Há lugares que precisam de diversos. É possível que um raio atinja as proximidades de cem metros de um pára-raio, sem obedecê-lo. Por serem forças descontrola­das, constituem grande perigo! O Poder é exatamente força, porém, controlada. A Palavra de Deus fala sobre o "controle" de poder.
Quando Jesus comunicou poder aos seus apóstolos, estava, de maneira especial, concedendo poder, e estava também designando as ações. Por quê? Para que não houvesse poder a esmo, à vontade, poder libertino, poder para eles usarem como bem entendessem: "E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda a enfermidade e todo o mal." (Mt 10.1.) Só isso. Se Pedro
tivesse uma rixa com o vizinho, Jesus não lhe deu poder para destruir o vizinho. Muitos crentes fazem uma idéia de um poder libertino, desorganizado, um poder para satisfazer caprichos humanos. Tiago e João queriam poder para incendiar uma aldeia de samaritanos: "Se­nhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?" (Lc 9.54.) Este poder não foi enviado para fazermos com ele o que quisermos. O poder foi-nos dado para fazermos uma obra dentro de sua própria lei.
"Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição." (2 Co 13.10.) Isto deve ser considerado. Temos em mãos uma bomba cujo poder é eficiente, proveitoso e bom. Contudo não a entregamos nas mãos de uma criança que vai soltá-la no meio de seus colegas.
Paulo insiste em mostrar que este poder tem o seu "controle", a sua lei: "Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me envergonharei." (2 Co 10.8.) Davi exorta-nos: "Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus." (Sl 62.11.)
O que é poder? A palavra poder significa força dinâmica, mas, no aspecto em que a estamos consideran­do, significa: Deus agindo.' Você concorda com isto? O poder é Deus agindo. Não é o homem agindo em lugar de Deus. Isto não é poder, é fraqueza, "...sem mim. nada podeis fazer." (Jo 15.5.)
Vejamos o lugar onde o poder atua. "E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." (2 Co 12.9.) Onde é que o poder atua? Na fraqueza. Logo, o homem nada tem a fazer na operação do poder! Cabe ao homem tão-somente oferecer a Deus a sua fraqueza. Toda a base está em que essa opera­ção de poder só vem onde há fraqueza. "O meu poder é perfeito na fraqueza", Jesus disse a Paulo. E Paulo conheceu esta natureza da operação: "Porque quando estou fraco então sou forte." (2 Co 12.10.) Logo, o poder não é atuação nossa! O poder não é "nós agindo", porque somos traços! Em sendo fracos, se agirmos, a operação será fraqueza e não poder! Se é "Deus agindo", c necessário nos reconhecermos fracos para não interfe­rirmos na atuação do seu poder, e para não nos vanglori­armos do resultado disso.
Há duas razões por que Deus faz seu poder atuar na fraqueza: 1) para que não interfiramos na operação; 2) para não nos vangloriarmos do resultado. O poder é "Deus agindo"! Mas este poder tem uma lei que o rege, e realmente há necessidade de uma lei para controlá-lo e levá-lo a atuar eficientemente. Poder descontrolado é um perigo! Como já falamos, estas forças atmosféricas, desorientadas e explodindo por todo lado, põem o mun­do em pânico.
Este poder opera obedecendo a um princípio único. Nunca o poder atuará separado, independente desse princípio — A Palavra de Deus. A Palavra de Deus é a lei do poder. Deus nunca deu licença, nem a si mesmo, para agir fora de sua Palavra. Quando Deus diz: "sim", tem que ser sim, ainda que ele tenha que empregar todas as forças de que dispõe. E quando diz "não", ele empenha tudo o que ele é e tem, para que isto se confirme. Isto é que é poder. Vejamos um homem sem misericórdia usando a lei do poder e exercendo um grande ministério. Jonas, por exemplo, não amava a Nínive e por isso não se interessou em ir lá para pregar. Mas. quando se levantou na cidade para dizer que dentro de quarenta dias Nínive seria destruída, usou a Palavra de Deus. E usou-a com muita confiança, com muita certeza, com muita convicção! Jonas usou a Palavra certo de que, como disse Jesus: "O céu e a terra passarão, mas as minha palavras não hão de passar." (Mt 24.35.) E enquanto a pregava, dizia de si para si: "Eu vou ver a destruição desta cidade." Jonas sabia que a Palavra que Deus mandou transmitir era o poder! Deu empenharia tudo para que ela se cumprisse. O poder de Deus é manifesto na Palavra. E o resultado é assombroso! Jonas ficou perplexo depois que a Palavra agiu de tal maneira no coração do povo, que todos foram levados ao arrependimento! É este tipo de confiança na Palavra de Deus que precisa existir em nós — de que ela é a lei do poder divino. Deus só age através dela.
Certo capitão dirigiu-se a Jesus, dizendo: "O meu criado está miseravelmente enfermo, está quase à morte, mas para que o teu poder opere a cura de meu criado, eu já conheço a lei." E o que foi que ele pediu que Jesus usasse para que se desse a cura? Uma palavra! Ele conhecia a lei do poder. Mas de outro lado vemos o intermitente Pedro. A palavra "intermitente" significa: ora para cima, ora para baixo. Depois de passarem toda a noite pescando, estavam desanimados porque nada apa­nharam. Pedro emprestou o barquinho para Jesus, que fez dele púlpito. Jesus pregou à multidão e, quando acabou de falar, disse: "Agora, Pedro, faze-te ao mar alto, e lançai a rede." E a resposta de Pedro foi esta: "Nós pescamos a noite inteira. Nada apanhamos, nem para comer! Mas, eu vou experimentar a lei do teu poder, que é a tua Palavra. Vamos lançar a rede, mas, sobre a tua Palavra." Como o poder opera por meio da Palavra, e como a lei do poder é a Palavra, cabia a Deus enviar todas as suas possibilidades, ou todo o seu poder, reunindo um pouco de peixe ali para que aqueles pescadores não saíssem decepcionados com a sua Pala­vra, porque a Palavra nunca falha!
Temos que conhecer que essa é a lei do poder. Onde Deus lança a sua Palavra, não há poder que contrarie a sua ação!
Surge então a pergunta: e como se explica que eu use tanto a Palavra e não veja os resultados que quero? Houve confusão, houve mistura. Quando usamos a Pala­vra para resultados que nós queremos, não a estamos usando para os resultados que Deus quer. Nesse caso, não estamos na lei do poder. Estamos usando a Palavra, lançando-a. não com confiança na sua ação e objetivo, mas, sim, para um objetivo nosso. A lei está quebrada. Não estamos fazendo uso certo da Palavra. Todas as vezes que nós recebemos a Palavra intacta, como Deus está falando, e a entregamos intacta, veremos que ela atinge o resultado proposto. O propósito da Palavra é o divino, não é o nosso.
Precisamos reconhecer esta verdade: que os nossos propósitos, nas nossas mensagens, têm prejudicado mui­to a liberdade da Palavra de Deus no propósito dele: "Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz. e prosperará naquilo para que a enviei. " (Is 55.11.) Parece que não gostamos muito dessa expressão, "fará o que me apraz". Gostaríamos que ela fizesse o que nos apraz! Mas o Senhor nos mostra que quem propõe a Palavra é ele. quem tem que executá-la é ele, e o objetivo dela ou seu cumprimento é o que ele quer. Logo, nada temos com isto! Somos portadores, e não temos autoridade para propor, nem modificar, nem determinar o que ela deve fazer.
Onde Deus fala, nada há que o impeça, e nós, como portadores desta Palavra, temos que ter o cuidado de dar o sentido exato da sua profecia. A palavra "profecia" faz-nos conhecer o modo como tratar a Palavra de Deus. Nem todas as pregações que temos feito são profecias. Estamos usando a Bíblia, mas não exclusivamente como a Palavra de Deus. Está havendo confusão. O Senhor disse: "Esse profeta fala de si mesmo. Anda dizendo: Assim diz o Senhor, mas fala de si mesmo." Isto não é profecia de Deus. Ao nos levantarmos para pregar a Palavra, torna-se necessário verificar se ela ainda vem da parte de Deus, ou se está sendo apenas um pretexto para a nossa mensagem. Mas se a tomamos como a Palavra de Deus. e a entregamos sem compromisso pessoal, admi­tindo que é Deus falando. Deus se propõe atuar com o seu poder.
Quero destacar o outro lado desta verdade. Importa que nós, ao transmitirmos a Palavra, reconheçamos que ela é a Palavra de Deus, e a transmitamos com absoluta confiança de que ela provém de Deus. Por exemplo: Numa sala está um piano. Não inventei a idéia de que é um piano. Ele é um piano. Não inventei o que estou dizendo e que você está lendo. O povo se ilude muito, achando que o pregador é importante pelo que diz. E caímos na vaidade de achar que somos importantes pelo que dizemos. Isto acontece porque não confiamos na Palavra de Deus. e achamos que o que foi dito, nos o dissemos, e não Deus. Se eu disser como meu aquilo que Deus está dizendo, não posso confiar nessa palavra pois eu a estou usurpando. Lanço mão do dinheiro de alguém para pagar a outro. Chego e digo: "Aqui está o meu dinheiro para pagar a minha dívida." Não posso confiar neste pagamento. Sabem por quê? Porque o dinheiro não era meu! A dívida não está paga, porque eu chamei de meu o que não é! "Usurpar" a Palavra significa roubá-la. É mercadejar com ela, apresentando-a como coisa nossa. Mas o pior de tudo é que não conseguimos confiar nessa Palavra, porque não a estamos apresentando como a Palavra de Deus. Quando Paulo enfatizou esta verdade, falou de sua fraqueza. Bendita fraqueza: "E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder. Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.'' (1 Co 2.3-5.) É interessante notar a ênfase que Paulo dá ao fato de que não tinha usurpado a Palavra para anunciá-la como sua. Ele a tinha para transmiti-la ao povo. Quando olhava para si, ele se considerava um fraco. E ainda mais: atemorizado! Mas, quando lançou a Palavra de Deus, sabendo que só esta Palavra pode operar, então veio resultado. Paulo cingiu-se da lei do poder. Tomou-a e lançou-a como quem lança uma bomba. É ela que tem que explodir! O que ela fizer, está feito. Esta é a atuação de Deus por meio de sua Palavra. É exatamente esta a obra do poder.
Como usar a lei do poder? Confiando o mais possível nesta Palavra que transmitimos. Necessitamos de muita confiança na Palavra, e isto é motivo de oração. Devemos orar sempre, pedindo a Deus que nos dê a bênção da absoluta confiança na sua Palavra, quando a transmiti­mos. Vejamos essa oração: "Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos" (notem bem: não que cessem as ameaças. Não nos interessa isto. Temos coisa mais importante do que o inimigo ven­cido)  "que falem com toda a ousadia a tua palavra; enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus." (At 4.29-30.) "Agora, Senhor, o nosso problema não é se o inimigo está bravo ou não, nem qual o tipo de arma agressiva e destruidora que usa contra nós. Isso não nos atemoriza. Só estamos com medo de uma coisa: que nos levantemos sem confiança para pregar a tua Palavra. Aí estaremos derrotados. A nossa preocupação máxima é: sabemos que a tua Palavra é a lei do teu poder! Onde ela for lançada com confiança, não há quem resista! Nem demônios e nem homens! O perigo está em que nós nos neguemos a confiar nela." Diz-nos o texto que Deus concordou com a oração: "E. tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus." (At 4.31.) Não há quem resista ao poder que encerra uma mensagem da Palavra de Deus lançada com confiança.
Clamemos ao Senhor para que nos faça firmes na sua Palavra: "Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniqüidade alguma." (SI 119.133.)
No dia em que recebi o poder do alto, o Senhor tornou isto bem claro para mim: "A minha Palavra é tudo neste mundo!" Ainda estou descobrindo esta gran­de verdade revelada naquela hora. E se mais não tenho feito, se mais não tenho alcançado, é por falta de confiança na Palavra. Mas, tenho alcançado a experiên­cia. E todas as vezes que sou bem sucedido, é devido à Palavra lançada com confiança.
Irmão, você se lembra de algumas vezes em que se levantou para pregar e teve muito sucesso na mensagem? Terminou o culto com alegria, com frutos sensíveis, com emoções e lágrimas e com bênçãos maravilhosas! Mas não é sempre assim, não é verdade? Eu me recordo de algumas dessas cenas! Mas não é em todas as reuniões que isto acontece. Em muitos lugares dá-se exatamente o contrário. Numa reunião encontro uma multidão como­vida, chorando, humilhada, obediente, submissa, entre­gando-se ao Senhor. Em outra há zombaria, crítica, escárnio  e a  impressão é de que houve fracasso. Já descobriu qual o segredo dessa diferença? Pensamos: é o povo! é o clima! é o lugar! é a ocasião! Não é nada disto. O sucesso ou insucesso da reunião depende exclusiva­mente da confiança, ou não, que se emprega na Palavra ao ser transmitida a mensagem. O aferidor é a confiança na Palavra. A lei do poder.
Recordo-me de que uma vez preguei um sermão baseado em Mateus 22.1-14, encerrando um congresso de mocidade. Entreguei a mensagem, sem pretensão alguma, pensando comigo:
  Vou me desincumbir da tarefa. Ê o encerramen­to. Não tenho muito mais o que fazer. Então, simples­mente expus a Palavra, quase que só historiando a pará­bola dos convidados. Após terminar, disse:
  Quero dar uma oportunidade. Vamos cantar um hino enquanto damos uma oportunidade.
Muitas pessoas vieram à frente. Fiquei pensando:
  Eu não chamei tanta gente assim!
Mas vinha mais gente à frente. Aos poucos a mocida­de também veio, e o auditório estava em lágrimas. Foi uma cena tocante! Fiquei muito contente.
— Agora sim! Só pregarei este sermão.
Na primeira oportunidade que tive preguei-o de novo. O resultado foi zero, puramente zero! Poderia pregar isso no maior congresso, que seria também a mesma coisa. Na primeira vez, preguei com temor, confiando na Palavra de Deus, apresentando-a despretenciosamente, deixando-a fluir e atuar de maneira livre no auditório. Não procurei de modo algum influir na Palavra e ela, então, fez o seu trabalho. O melhor que um pregador pode fazer é pregar de tal maneira que não estorve a operação da Palavra de Deus! Somos apenas condutores da Palavra de Deus. Uma pedra de orgulho, de soberba, de presunção ou de dúvida, pode ficar no meio do canal e a Palavra não jorra! E ficamos decepcionados porque não vimos os resultados! Faltou confiança na Palavra! Ela foi pregada sem ser realmente a Palavra de Deus, porque Deus fala a sua Palavra com absoluta confiança. Temos que transmiti-la como foi falada. Querem um exemplo? Alguém me diz assim:
  Avise ao José que às três estarei lá. Então transmito o recado:
  José, Antônio disse que talvez às três ele esteja aqui.
José recebeu o recado como foi dado? Não. Antônio disse com certeza! Mas eu coloquei um talvez. Esse "tal­vez" enfraqueceu a mensagem. Já não surtiu resultado. Se eu a transmitisse assim: "Antônio falou com absoluta cer­teza que estará aqui às três horas", José ficaria descansa­do. Quando falei: "talvez esteja", modifiquei a mensa­gem, e pelo fato de modificá-la, também não posso confiar no portador que sou! Porque recebi um recado absoluto e o transmiti modificado! E eu, pessoalmente, não posso ter segurança no resultado do meu recado.
É pecado a falta de fidelidade para com a Palavra. Por isto o poder depende da confiança na Palavra de Deus. Quando dissermos toda a sua Palavra com a mesma confiança com que ele a disse, então, haverá operação e nisto está o poder.
Paulo sabia que a mensagem a pregar seria exata­mente a comunicação da Palavra de Deus. O diabo é o inimigo dessa Palavra na face da terra. Essa falha em confiarmos nela é obra do diabo desde o Éden.
Analisemos como Eva tratou a Palavra de Deus perante o diabo. Façamos uma comparação de Gênesis 2.17 com Gênesis 3.3: "Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás: porque no dia em que dela comeres. certamente morrerás." (2.17.) "Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. " (3.3.) Eva não repetiu o que Deus disse. Ela acrescentou: "nem nele tocareis". Deus não disse isto! Ela podia ter a confiança de estar transmitindo a Palavra de Deus? Qual seria o resultado de uma mensagem truncada e pregada sem confiança? Vitória do diabo! Foi o que aconteceu. Quantos sermões dão vitória ao diabo! Temos lido e ouvido de sermões que matam, que não vivificam, por­que não são a fiel transmissão da Palavra de Deus. Portanto não leva confiança da parte do pregador. Quem não crê na Palavra não pode levar outros a crerem! Veja o seu testemunho no modo como está tratando a Palavra.
Paulo fez um pedido muito importante à igreja de Éfeso: "Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito... por todos os santos, e por mim." Mas o que pediu na oração, não foi por sua saúde, nem por seus negócios ou perseguições, ou por qualquer outra coisa; mas sim, "para que me seja dada. no abrir da minha boca. a palavra com confiança, para fazer notório 0 mistério do evangelho." (Ef 6.19.)
Eis o trabalho do diabo: levar-nos a perder a confi­ança na Palavra de Deus. E se nós a anunciarmos sem absoluta confiança, faremos por certo com que outros também não confiem nela. É possível que, em lugar de sermos testemunhas para que confiem na Palavra, este­jamos sendo testemunhas para que aprendam a não confiar nela.
Há pouco tempo eu estava numa igreja. Depois de entregar a mensagem, o pastor encerrava o trabalho, e uma irmã fez a oração final. Na oração esta irmã começou a falar em línguas, e a interpretação falou diretamente ao meu coração:
— Meu servo, meu servo, tu fazes bem em transmitir a minha Palavra, mas uma coisa eu tenho a dizer-te: Medita bem na minha Palavra para que possas pregá-la com toda a confiança.
Refleti.
   O Senhor, como pode ser que me encontraste exatamente nesta falha!
Reconheço que aquela palavra me edificou profunda­mente. Profundamente. E vejam bem o que Deus me disse: Medita bem na minha Palavra para que possas pregá-la com toda a confiança!
Quando meditamos na Palavra de Deus, somos leva­dos à posição de Deus com relação a ela, e ficamos tão firmes nela como o próprio Deus que a falou! Daí, é impossível ficarmos sem fruto.
Recordo-me de uma vez em que fui convidado para uma concentração de igrejas, trabalhos de uma semana. Aquilo me esmagou! Uma grande cidade. Várias igrejas cooperando. Mas fui para lá, dizendo:
  Senhor, todo o meu temor está em pregar uma mensagem que não seja a tua Palavra. Estou muito preocupado com ela.
E o Espírito me fez selecionar uma série de textos dentro de cada assunto que haveria de entregar ali. Levantei-me perante aquela enorme multidão, cada noi­te, e li textos bíblicos: sobre arrependimento, sobre fé, sobre salvação, sobre a morte e a ressurreição de Cristo. Quase não comentei. E quando chegava a hora do apelo, vinham as multidões. Era uma bênção magnífica e gloriosa. Era esta a minha oração, quando voltava para casa:
  Não vejo novidade. Senhor, nem motivo de alegria para mim, porque esta alegria é para ser em ti! Eu disse apenas a tua Palavra; não houve argumento da minha parte que fosse a razão para concorrer com ela. Pelo contrário, ela foi apresentada com simplicidade. Eu creio na tua Palavra e quero crer firmemente.
No fim daquela semana de trabalhos, vi muitas bênçãos, muitos resultados, e fiquei muito impressionado com aquilo. Saí certo de que a Palavra de Deus havia sido transmitida e o poder de Deus havia operado por meio dela. Tudo o que me aconteceu foi o poder de Deus. Tenho confiança de que o poder de Deus segue a lei da Palavra. O que Deus diz, ele empenha todo o seu poder para que isto não seja falso, mas para que se cumpra: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar." (Mt 24.35.)
Há um versículo que me enche o coração. Vejam quanto Deus trabalhou para que fosse cumprido: "Pala­vra alguma falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu." (Js 21.45.) Amém. Tudo se cumpriu! Mas será que foi fácil para Deus?
Voltemos à história de Israel. Examinemos o quanto custou a Deus fazer verdade em tudo o que havia dito! Aqui está a operação do poder. "Porém o Senhor disse a Moisés: Seria pois encurtada a mão do Senhor? agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não." (Nm 11.23.)
O poder de Deus se manifesta em cumprimento da Palavra. E todas as vezes que nós pregamos e que comprometemos a Deus em sua Palavra, ele se obriga a se levantar do seu trono, arregaçar as mangas e fazer aquilo que havia falado.
Isto é poder. Deus não pode deixar de fazer o que falou. Se ele disse, ele tem que fazer!
Todas as obras poderosas de Deus, na Bíblia, estão baseadas exatamente nisto. "Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras." (A palavra "obras" aqui corresponde a poder.) "Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus: de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico. tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo." (Rm 15.18-19.)
Esta mesma lei é que rege o poder de curar. O que é o poder de curar? Sei que muitas vezes fazemos uma oração pedindo para Deus curar e tal oração não é atendida. É porque faltou o processo pelo qual Deus opera. Deus opera por meio de sua Palavra. Quando lançamos a Palavra, cabe a ele cumpri-la.
"...Se ou vires atento a voz do Senhor teu Deus, e obrares o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti. que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara." (Êx 15.26.)
Antes de afirmar: "Eu sou o Senhor que te sara". Deus fala da necessidade de se confiar em sua Palavra a tal ponto de obedecê-la. E só depois que aprendemos a usar a Palavra é que temos autoridade sobre as doenças. Então disse: "Eu sou o Senhor que te sara." Confiando nesta declaração: "Sou o Senhor que te sara", lançamos a Palavra de Deus sobre os enfermos, afirmando: "É Deus quem está declarando que te sara. Tenho tanta confiança que ele te sara, como ele confia que te cura." O poder de Deus tem que operar nessa hora! E nunca Deus passou por mentiroso, nem uma vez, deixando de operar.
Gostei da declaração de Osborn a respeito da cura divina. Em um de seus livros ele declarou o seguinte:
"A maior parte das pessoas que não obtêm a cura divina, são as que não estão devidamente doutrinadas a este respeito."
Ele mostra que a lei básica da cura é a confiança na Palavra declarada de Deus! Tanto da parte da pessoa que a ministra como da pessoa que a recebe. Onde houver uma ministração com confiança, e uma pessoa que receba esta ministração com confiança, a Palavra de Deus não falha! Não falha, porque é Deus falando com confiança, e um arauto transmitindo com confiança, e um sedento e necessitado recebendo com confiança. O diabo não pode interferir. E o poder de Deus tem a atuação direta, livre, franca e absoluta. E a glória fica sendo toda dele. Toda glória pertence a ele, para sempre. Amém.
"Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus."
"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a PALAVRA DE DEUS."

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